12 de ago. de 2022

27 de jul. de 2022

Papoeira “A negaça no jogo”

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=757060038672883&id=1360633312

Envelhecer na capoeira: a arte de se reinventar

Por: Mestra Brisa e Mestre Jean Pangolin Na capoeira, até que amadureçamos, somos estimulados e valorizados por uma performance técnica, ligada eternamente à juventude física. Conduzidos pela máxima de que “minha capoeira será o que meu corpo puder produzir”. Eis que vem o ciclo natural da vida e nos apresenta o questionamento através do envelhecimento. O que fazer? Como sustentar minha capoeira negociando com as novas etapas que se apresentam? Se reinventando e seguindo firme com ela até o apagar das luzes, ou lutando contra essa nova fase que insiste em chegar? Neste texto trataremos um pouco sobre as reflexões anunciadas nesta etapa da vida de um capoeirista. Pra começar, quero dizer que estamos - mestra Brisa e mestre Jean Pangolin, na década dos 40 anos caminhando para nosso cinqüentenário, e que, assim sendo, falaremos da experiência acumulada até aqui. Do ápice da potência técnica, em nossos primeiros 10 anos de prática da capoeira, até agora, o que vimos foram muitas fases de nossa corporeidade. Desde a ampla crença que “eu sou o que meu corpo puder executar” endossada na disposição para 3 a 5 horas de treino por dia, com infinitas repetições de movimentos de ataque, contra-ataque, defesas e floreios, incluindo incansáveis viagens em busca de expandir as relações e as filiais de nossa instituição, saindo de uma roda e entrando em outra, com todo o nosso tempo destinado as aulas, palestras, ponte aéreas e produção de eventos com mais de duas semanas de programação. Vixe! Chega dá falta de ar só de falar. Parecia que somente tudo isso junto, em constante repetição era o que nos reconhecia como representantes da capoeira. Com o passar dos anos, sobretudo nesta última década, algo de diferente começou a nos inquietar. Primeiro o meu corpo que passou a sentir prazer com outras realizações em capoeira. O anonimato, por exemplo, numa roda de capoeira, era o que mais me seduzia. Poder jogar sem a obrigação de ter que administrar a roda, sem que ninguém fizesse “mil e uma” conjecturas a meu respeito, me dando a oportunidade de jogar livre seguindo os três erres que sinalizava o saudoso amigo e mestre Decânio - Ritmo, Ritual e Respeito. Meu corpo já não admitia a mesma carga e forma de treinamento, exaustivo e repetitivo de antes. Precisava experimentar novas formas de fazer minha capoeira sem os padrões que “deram certo” no passado. Brincamos assim com os objetivos do treino, descobrindo outras formas de alcançar novas metas. Mais balanço, menos força. Mais negaça, menos objetividade. Mais “jiká”, menos rigidez. Mais beleza, “forma sem forma” como bem lembra o Mestre Moraes. Não mais queríamos nossa corporeidade somente a serviço da capoeira, agora já nos permitíamos ter a capoeira a nosso serviço. Mas também passamos a avaliar a participação em alguns espaços, sobretudo aqueles que reúnem muita negatividade e baixa produtividade para capoeira. É que antigamente pensávamos “onde houver capoeira, eu tenho que estar”. Só que com o tempo e a maturidade passamos a perceber que nem todo lugar que diz promover a capoeira, ela se faz presente. Pra ser capoeira é necessário ter garantido a ritualística do jogo, o zelo com os instrumentos, as cantigas fundamentadas, o respeito à ancestralidade, a beleza no jogo que dialoga e não somente quer definir, e, por fim, o elo com as culturas populares. Quando participamos de atividades que não zelam por esses elementos, estamos compactuando com a possibilidade de qualquer coisa ser chamada de capoeira. Nananinanão! Recentemente assistimos ao espetáculo de uma dupla que fez muito sucesso, Pepeu Gomes e Baby do Brasil. Eles estavam homenageando seus 70 anos recém completados. Vários insights partiram daquela apresentação. Ver dois artistas, famosos, se permitindo envelhecer e ser ao mesmo tempo. Todo o cuidado do desenho do show para respeitar estes dois ícones da musica popular brasileira. Foi fantástico. Pudemos ver como nós, mestres de capoeira, vivenciar - plenos e adaptados, esta nova fase da vida. Lembro-me de estar grávida de meu segundo filho, Théo, e poder jogar com mestre João Pequeno de Pastinha aos 89 anos. Naquele jogo que se dava, para o mestre, muito mais no campo mental que corporal, propriamente dito, quantos “vacilos” dei, quantas “quedas” ele me aplicou. Era toda uma experiência em capoeira jogando ali comigo. E mesmo que o corpo não respondesse, a intenção estava explícita em seu olhar. Levei aquela lição comigo e hoje ela começa a realmente me ensinar. Se ficarmos atentos, iremos perceber os sinais de que estamos caminhando na “contramão” do envelhecimento, pois sentiremos uma sensação de “estranheza”, uma espécie de “não pertencimento a cena da capoeira”. Muitas vezes fruto da incompatibilidade de nosso exercício na capoeira com a fase de vida que estamos, portanto, devemos ter cuidado para não confundirmos “alhos com bugalhos”, ou seja, o problema não esta na capoeira, mas talvez na “forma” que tentamos vivenciá-la, sendo necessário um rompimento com a síndrome de Peter Pan (pessoas que se recusam a envelhecer fisicamente) e o entendimento de que a roda não pode ser confundida com a “terra do nunca” (lugar mítico em que as pessoas não envelhecem). A Bahia me deu “régua e compasso” e alguns dos antigos me ensinam cotidianamente a fazer o “desenho” das belezas da maturidade, por isso confirmo, reafirmo e te digo - Envelhecer na capoeira é a arte de se reinventar. Axé! Ei, psiu! Gostou? Então compartilhe! Ajude a capoeira a refletir

Live “Capoeira é pra homem, menino e mulher”

Live “A negaça no jogo da capoeira”

Live Mestra Brisa na TV Sabará com mwstre Sabará - 27/07/2022 São salvador Bahia https://www.instagram.com/tv/CgiQk7DgaRw/?igshid=MDJmNzVkMjY=

19 de jul. de 2022

A NEGAÇA NO JOGO: um presente da capoeira baiana para o mundo.

Por: Mestra Brisa e Mestre Jean Pangolin Segundo o dicionário da Língua portuguesa, negaça , palavra de origem árabe hispânica, é um artifício utilizado para atrair, enganando ou iludindo, uma espécie de engodo ou isca, podendo ser um gesto, movimento ou comportamento para chamar a atenção ou provoca alguém. A essência do jogo da capoeira é a negaça, revelada no meneio de engano da ginga, no floreio com intenção perigosa, ou até mesmo em uma “mobilidade falaciosa” na qual o outro acredita piamente que faremos algo que jamais faríamos. E assim, surpreendemos pelo ataque inusitado, invadindo a guarda do parceiro como uma espécie de fio d’água que penetra a rachadura da rocha mais resistente. O objetivo principal da negaça é desnortear o parceiro de jogo, dá literalmente um “nó” em suas pernas ou em sua mente, enganando-o com trejeitos de um “corpo vivo” que “fala” com os quadris, os ombros, as mãos, os pés, a cabeça, enfim, com a união harmônica de tudo isso formando o que se chama de ‘jogo de corpo’, compondo assim uma dinâmica de “perguntas e respostas” corporais. No jogo negaceado, a gente só cansa quando vê o outro sem “respostas”, de “corpo aberto” por uma “guarda já vencida”. A negaça é realmente a essência da luta em capoeira, ou seja, quem negaceia com desenvoltura, destreza e habilidade, executa sempre seus golpes no momento preciso, com segurança e belicosidade, depois de ter “aberto a guarda do alheio”. Quem negaceia também esquiva com maestria dos golpes que recebe, pois usa a própria negaça em perspectiva fluida na mutação constante da “defesa em ataque” e do “ataque em defesa”, como um genuíno e impenetrável “diálogo de corpos”. Outro dia assisti a um jogo entre os mestres Brasília e Cobra Mansa. Que aula! Dois expoentes de nossa arte, dialogando com minúcia e destreza. Seus corpos conversavam na busca constante de abrir as brechas. Quando por vezes este momento acontecia, o outro já retornava com mais um elemento intrigante e dificultador. Efetivamente um “Jogo de negaças” onde a “negaça estava em jogo”! Grandes nomes das ciências humanas (a exemplo de Mikhail Bakhtin e Lev Vygotsky) apresentam o “diálogo” como uma ferramenta pedagógica na promoção da compreensão na relação humana, pois seus significados e sentidos são construídos na interação entre os sujeitos. Nesse sentido, a negaça em capoeira funciona como uma espécie de “ato pedagógico” em que a “palavra” é substituída pelo “movimento”, onde se estabelece uma “prática dialógica” pela corporeidade expressa em jogo, ampliando as possibilidades de aprendizado na relação com o outro. Pensando assim em um jogo truculento, sem meneios, sem enganação, ou seja, di-re-to, sem negaça, a metáfora do diálogo não acontece em sua plenitude, pois a lógica ancestral de “jogar com” cede lugar ao “jogar contra”, com a necessidade precípua de subjugar o outro, transformando o parceiro de jogo em “adversário de peleja”, e conseqüentemente “matando” a negaça. Percebam que quanto mais rígido, previsível e declarados são os corpos e as intenções em um jogo, menos clássicos estes jogos se revelam. Quando falo clássico, falo dos jogos com destreza, maestria, sabedoria acumulada na constante lida entre o imprevisível e o poder criativo do corpo humano. Quando a mestra lhe diz: “Balança esse corpo, menina” ou até “Preciso do todo o seu ‘corpo vivo, rapaz’”, trocando em miúdos, está lhe pedindo pra aprender a usar todo o seu corpo em harmonia na difícil lida do jogo de capoeira. Nesta brincadeira, mantenha seus braços e ombros livres e atentos, cintura pronta pra disparar o golpe que precisar, de onde puder tirar, todo o corpo em diálogo com o outro, antecipando e construindo a negaça em ato. É da finta, aparentemente ingênua, que sai a “pergunta” mais difícil pra sua parceira de jogo. É do “jiká” em ação, balanço quase hipnótico de ombros, que rompe o golpe que derrubou o outro, despreparado por que se perdeu olhando pra onde você queria, e ele não devia. Compreenda esse grande jogo de estratégia que é a negaça, e você estará com “todas as cartas” em mãos. Tendo a Bahia, sido a fonte inspiradora, mãe zelosa desta capoeira jogada em roda, ritual carregado de ancestralidade, musicalidade, ludicidade e energia vital, ofertou ao mundo a NEGAÇA como forma de ensinar, aos seus filhos e filhas, a estratégia de, em constante diálogo, sinalizar a uns, suas brechas, e a outros, o invisível aos olhos. Axé! Ei, psiu! Gostou? Então compartilhe, ajude a capoeira a refletir! aSSISTA NO YOUTUBE: https://youtu.be/lQmrKH_M8R4

Defesa Pública de Tese _ Enfim Chegou ! (3a4m)

25 de mai. de 2022

Cantiga "eu vi, eu viiii" saindo do forno (Mestra Brisa | salvador Bahia)

Mais uma cantiga saindo do forno da capoeira... ou descendo do alto como falava mestre Riachão do samba... Essa é para as CAPOEIRAS DE SAIA que erguem uma história na capoeira com sua garra, sensibilidade e destreza! Eu vi, eu viiii Ela cortando cana Dando cabeçada Martelo e armada E eu só assisti, eu vi (Refrão) Ela pisa numa roda Balança daqui pra li Quando pega o berimbau Me arrepio a assistir, eu vi Ela é filha de Oyá Na viola, eu vi, eu vi Chora, chora berimbau Quero ver tocar assim, eu vi Sai do pé do berimbau Pede Oxum pra assistir Quando vê trocar de perna Na rasteira, eu vi subi, eu vi Duvidaram dela uma dia É normal de acontecer Toca, canta, roda e joga Uma mestra eu vi nascer, eu vi Axé minhas camaradas! Para ouvir: Instagram: https://www.instagram.com/tv/Cd-sTxvuAEx/?utm_source=ig_web_button_share_sheet Youtube : https://youtu.be/iSOIculzL58 https://www.instagram.com/tv/Cd-sTxvuAEx/?igshid=ZWQ5NjhmNGM=

21 de abr. de 2022

Training mediators for EAD in obesity: an experience report (www.worldobesityday.org/stories)




 

For World Obesity Day 2022, the Brazilian Obesity Panel convened obesity experts and organizations to share their experiences in preventing and controlling obesity in Brazil. This is one of their stories.

What was the objective of the project?

I am a nutritionist specialising in methodologies of higher education and preceptorship in the Unified Health System (SUS), I am pursuing my doctorate at UFBA, and I study education and obesity. I am also a university professor at the Health Sciences Center at UFRB, and I work with the theme of obesity & Nutrition in Collective Health in actions structured in the university tripos. I have been working on a project to train mediators to work in health courses in the distance learning modality, with a focus on the complex theme of the obesity phenomenon.

The training of mediators to work in distance education involves a series of steps that range from evaluating the curriculum, to knowledge about the area of concentration of the course, to understanding the teaching modality, to evaluating the training process and defining the attributions and interaction model of teachers and mediators. If this training is for a course to qualify the care for people with obesity, added to this demand is the challenge of building a scientific and pedagogical ballast to broaden the understanding of mediators regarding the construction of new narratives for this complex and multifactorial phenomenon.

What was the methodology used?

The construction of the model, the methodology for training mediators, and the experience and evaluation of the training process, carried out in 2021, was built by 8 members of the Training Commission and experienced by 9 mediator teachers over a period of 6 months. Virtual weekly and fortnightly meetings took place in Moodle/AVA, with the participation of guests. The meetings were structured with an introductory moment, presentation of the theme, extended discussion, survey and systematization of the main points debated, presentation of a proposal for an activity, and closing remarks.

What were the results obtained?

Initially, after selecting 10 mediators, a survey was conducted on topics relevant to the training process and necessary for the alignment of theoretical concepts that underpin the course. The training took place in the midst of the COVID-19 pandemic, totalling 40 virtual meetings that covered themes very dear" to the qualification of care in the context of obesity in Primary Care. Discussions ranged from the global syndemic of obesity, malnutrition and climate change; active living; food and nutritional security; fat activism; body, health and territory; stigma of obesity and the performance of health professionals; to mediation processes in distance learning. The mediators reported great satisfaction and utilization in the training experience, which qualified their pedagogical performance in the course offered to health professionals in the distance learning modality. 

How have these results impacted the lives of people with obesity?

It was an action to train mediators, who went on to accompany the training of 189 managers and health professionals in the distance learning course offered by the ‘Qualification of care for overweight and obese people in the context of Primary Health Care in the state of Bahia: Integrating research, extension and training (PQCPSO)’, maintained by the Federal University of Bahia (UFBA), in partnership with the State University of Bahia (UNEB), the Federal University of the Recôncavo da Bahia (UFRB), the Health Secretariat of the State of Bahia (SESAB) and the Municipal Health Secretariat of Salvador (SMS).

By Carolina Gusmão Magalhães.

Find out more about the Federal University of Bahia (UFBA)

Acesse aqui (página 02): www.worldobesityday.org/stories 

A experiência de mediação para formação em obesidade (Painel Brasileiro da Obesidade)

 


A formação de mediadores para atuarem na modalidade EAD envolve uma série de etapas que vão desde a avaliação do perfil e currículo, ao conhecimento diante da área de concentração do curso, à compreensão desta modalidade de ensino, chegando à avaliação do processo formativo e definição de atribuições e modelo de interação de professores-mediadores. Se esta formação for pensada para um curso de qualificação do cuidado às pessoas com obesidade, soma-se a esta demanda o desafio de construir um lastro científico e pedagógico para ampliar a compreensão dos mediadores no que tange a construção de novas narrativas para este fenômeno complexo e multifatorial. Convidada: Carolina Magalhães. Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Capítulos: 00:00 Introdução 15:58 Quero ser mediador EAD em Saúde: como funciona? 18:23 O curso EAD que ensina profissionais a lidarem com a obesidade 24:25 Formação EAD para o cuidado da obesidade 32:18 O que está por trás da formação EAD em Saúde? 45:53 Como melhorar a percepção da obesidade em profissionais da Saúde? 54:48 O cenário de formação de profissionais em obesidade ___ O Painel Brasileiro da Obesidade é uma iniciativa realizada pelo Instituto Cordial em parceria com a World Obesity Federation, Abeso, Instituto Oncoguia, ACT Promoção da Saúde, Nebin/UERJ e LaVa/UERJ que tem como objetivo mapear e compreender os diversos fatores, perspectivas e dados relacionados à obesidade no Brasil, identificando e aproximando nichos e agendas atualmente segregadas que possam vir a atuar em sinergia para futuras estratégias e protocolos integrados. A iniciativa é patrocinada pela Novo Nordisk. Acompanhe o PBO nas redes: @painelobesidade

Para assistir no youtube, clique aqui: https://youtu.be/64rr-05-reI

#obesidade




Webinar World Obesity Day - Painel Brasileiro da Obesidade


 O World Obesity Day, internacionalmente comemorado dia 04 de março, é um marco para mobilização das organizações, gestores e profissionais de saúde, no que tange a prevenção e controle da obesidade. Esse ano o tema é "Everybody needs to act". Em parceria com a World Obesity Federation (WOF), o Painel Brasileiro da Obesidade (PBO), convida todos e todas a participarem desse evento, que contará com a presença de representantes internacionais e nacionais, no que tange a obesidade. Além disso, terá a apresentação de experiências exitosas em relação a prevenção e controle da obesidade no Brasil. ___ O Painel Brasileiro da Obesidade é uma iniciativa realizada pelo Instituto Cordial em parceria com a World Obesity Federation, Abeso, Instituto Oncoguia, ACT Promoção da Saúde, Nebin/UERJ e LaVa/UERJ que tem como objetivo mapear e compreender os diversos fatores, perspectivas e dados relacionados à obesidade no Brasil, identificando e aproximando nichos e agendas atualmente segregadas que possam vir a atuar em sinergia para futuras estratégias e protocolos integrados. A iniciativa é patrocinada pela Novo Nordisk. Acompanhe o PBO nas redes: @painelobesidade #obesidade

Para assistir: https://youtu.be/ovz6PYo8tcg 



O Mandingueiro na Capoeira

 



Por: Mestra Brisa e Mestre Jean Pangolin

 

Para compreender melhor sobre o "mandingueiro na capoeira" hoje em dia, precisamos fazer um mergulho na história com o objetivo de entendermos mais sobre a origem deste termo e discutir se a compreensão atual tem fundamento. A seguir trataremos mais sobre mandinga na capoeira.

 

Vamos então voltar no tempo, bem lá atrás, com a chegada dos “Malês” (hauçá málami, "professor", "senhor", “imale” no ioruba, "muçulmano"). O termo Malê era usado em nosso país, do século XIX, para designar os negros muçulmanos escravizados, que chegaram ao Brasil no final do século XVIII. Vale ressaltar que os Malês eram diferenciados, pois em sua grande maioria, eram bilíngües, dominavam a ciência matemática, eram hábeis comerciantes, extremamente articulados politicamente, conhecedores da escrita alfabética e, muitas vezes, superiores intelectualmente aos seus escravizadores.

 

Dentre os Malês, queremos chamar a atenção para um grupamento conhecido como "Mandingos", também chamados de Maninka, Manding, Mandenka e Mandinko. Esses indivíduos são um grupo étnico oriundo da África ocidental, remanescentes do antigo Império do Mali, o qual foi fundado no século XIII, pelo Mansa Sundiata Queita. Assim, quando escravizadas para a Bahia, essas pessoas tinham o costume de estarem sempre juntos aos seus e de carregarem no peito um cordão com um pedaço de couro enrolado, com inscrições de trechos do Alcorão dentro. Neste sentido, quando os negros de outras etnias observavam os Mandingos, por não saberem do que se tratava aquele objeto pendurado, intuíam que era uma espécie de "magia" ou "feitiço", passando a reconhecer esse artefato como um "amuleto" e a chamá-lo de patuá.

 

Primeiro dizer o quanto interessante é saber da origem das coisas e fatos. Os mandingos eram pessoas com destacada fé religiosa, que carregavam sua crença no pescoço, mas não eram mágicos nem feiticeiros. Você vê como o olhar do outro pode atribuir características a nós, que nem sempre são de fato nossas. Provavelmente, aconteça isso com você também.

 

Essa interpretação "diferente" do real intuito dos Mandingos sobre o que seria o "Patuá", fez com que, ao longo dos anos, o sentido da palavra assumisse significados outros, sendo, atualmente, um tipo de amuleto muito utilizado por pessoas ligadas as religiões de matriz africana, feito de um pequeno pedaço de tecido na cor correspondente ao seu guia no plano espiritual, com o nome da entidade bordado e colocado em um determinado preparo de ervas e outras substâncias específicas, para cada caso. Assim, nesta metamorfose de significação cultural na Bahia, os capoeiras antigos que carregavam seus amuletos - Patuás, passaram a ser reconhecidos como "mandingueiros", ou seja, seriam "magos" ou "feiticeiros" que dominavam os segredos do mundo espiritual, sendo tudo isso também atrelado a determinadas características, que vão da forma de vestimenta/indumentária até os trejeitos de mobilidade no jogo da capoeira.

 

Mais uma vez pergunto, é assim mesmo? Todo(a) capoeirista que carrega no pescoço um adereço que parece “patuá”, batas com tecido africano, é mágico? É feiticeiro? Conhecedor dos fundamentos religiosos? Ou pode ser um “capoeira fake”? “Fantasiado” para que os desavisados assim o reconheçam? Só sei que é preciso muito mais do que penduricalhos e adereços, para nos transformar em conhecedores de um fundamento. O fundamento ou o conhecimento de qualquer coisa na vida deve ser primeiramente sentido, vivido, deve fazer parte de nós como no caso dos mandingos com seu Alcorão, para assim ser identificado pelo olhar atento de terceiros.

 

O problema real é que hoje estamos vivendo em tempos estranhos. O aluno que entra na minha sede só quer aprender o “belo”, o fácil pra ele. A gente chama pra ir num evento de um mestre antigo, ele esquiva do convite, pois, ou tem uma festa ou programa mais interessante, ou ele não gosta do evento, pois é chato ter que ficar horas junto do mestre que só quer falar, não deixando ele jogar toda hora, como deseja. A capoeirista mal chega já pergunta quando vai ganhar corda de formada? E quando você fala sobre o que ela precisa aprender pra chegar lá, ela diz: Poxa, demora muito! E sai da academia com outros projetos, que não mais a capoeira... As coisas estão mesmo estranhas.

 

Outro dia, ouvi falar de uma tal de “modernidade líquida”, termo criado por um senhor chamado Balman, que dizia que as relações hoje estão frágeis, e que toda a estrutura social sólida está desmoronando, desconstruindo todos os moldes tradicionais e valores presentes, volatilizando a ação do indivíduo que abandona suas referências. E não é que isto está acontecendo mesmo? Capoeirista quer o “like” do Instagram, não importa de quem e como seja conquistado. Prefere convidar para o evento e pagar o cachê astronômico do famoso “Zé Ninguém” que está nos seus 15 minutos de fama, do que honrar nossa ancestralidade convidando a mestra antiga, que já não “pula tanto”, mas que conhece de todas as fases que um capoeirista passou e passará vivendo desta arte. As coisas estão mesmo estranhas.

 

Lembrei-me de mestre Buguelo da Bahia cantando:

“Ai Deus, ai mundo

Quem não sabe nadar, vai ao fundo”

 

E neste emaranhado de estranhezas, prefiro me curvar à lógica de um “patuá” preenchido com fé material/imaterial, negando a embalagem bonita de algo oco e vazio, para ‘inglês ver”...

 

E você, quem é? Alguém de Asé, ou mais um Oco da parada.

 

Axé!

 

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Os Capoeiras e Sua Crise de Identidade (por Mestra Brisa e Mestre Jean Pangolin)

 



Atualmente é comum encontrar alguma situação em capoeira com aspectos no mínimo "estranhos" a arte em si, pois vivemos um momento de gigantesca crise de identidade, considerando que uma parte significativa da comunidade deseja "colher, o que não plantou" e/ou imitar formatos culturais alheios a matriz de seu lugar, sem o devido "filtro" de pertinência ancestral e funcionalidade de cada tempo histórico. E o pior, não sabe ele, que imita o alheio, que por sua vez, está tentando imitar a matriz de seu lugar... Deu um “nó” na cabeça, né?! Então, trataremos a seguir de explicar sobre os elementos e exemplos da "metamorfose" cultural da capoeiragem e suas contradições relativas à afrodescendência.

 

Um aspecto inicial se apresenta na forma como alguns grupos e capoeiras se relacionam com os antigos mestres e mestras. Na maioria das vezes, convidam esses indivíduos para suas atividades e os transformam em meras "alegorias", como uma espécie de quadro velho na parede. Via de regra, estes homenageados “ilustres” só servem para emprestar prestígio à instituição que os convida pela falsa noção de respeito a uma "ancestralidade", que, "empoeirada", precisa se “enfeitar” por uma lógica de modernidade, para sobreviver naquele local. Lamentável! Imagine!? Ele convida o mestre(a) porque é uma referência, respeitada no mundo da capoeira, mas ele mesmo, não sabe nem porque respeitá-lo!? Como fala Caetano: Triste, Bahia, oh, quão dessemelhante!”. O mestre é louvado apenas de forma "fake", pois será usado/abusado como um "papel de presente", mas não será a referencia no toque, canto, jogo e filosofia daquele contexto, que diz render-se com deferências ao mesmo... A-B-S-U-R-D-O!

 

Imagine aí comigo... O toque está extremamente acelerado, esmagando o balanço melódico do ijexá! O jogo está tão mecanizado, que se confunde com uma mobilidade grotesca de ginástica de solo, mal feita, diga-se de passagem! E as cantigas? Não refletem o cotidiano cultural local, mas sim, uma versão estereotipada de algum herói de quadrinhos do Ocidente... TRISTE REALIDADE... O que o capoeira do presente está deixando pro capoeira do futuro?

 

Às vezes, temos a impressão de estar em um tipo de "circo dos horrores", em que vemos de tudo, ab-solu-tamente tudo, menos capoeira! E é, neste sentido, que a naturalização de tais aberrações tem contribuído para essa tal de crise de identidade. Estamos vendo em nossas frentes o processo de pasteurização da cultura. Sabe quando pegam o leite direto da vaca e passam na máquina pra matar os microorganismos que podem fazer mal a saúde humana? Pois é, o problema é que matam todos os microorganismos, maus e bons, deixam o leite sem vida! Estão fazendo isso com nossa capoeira, retirando-lhe a riqueza, criando protótipos atléticos e esvaziando o axé – energia vital. Cuidado capoeira, a arte não pulsa em um “fazer” desprovido dos cuidados necessários com os princípios estruturais do saber dos antigos em nós.

 

Algumas pessoas em capoeira vivem "fantasiados", literalmente, utilizando indumentárias de traço afrodescendente, cortes de cabelo, adereços religiosos, mas concretamente, desconhecem a simbologia dos signos que carregam, ou seja, porquê os nossos antepassados os carregavam no pescoço, nos braços e em suas mentes. E pior do que isso, não acreditam nem vivem o cotidiano de tal simbolismo, ou seja, o patuá virou enfeite no pescoço, mas não fecha o corpo que nem consciência de si possui. A argola na orelha esquerda virou artefato sensual, a bata virou camisa da moda e as contas, ah as contas, são compradas no armarinho do pelourinho, sem a devida compreensão do seu vínculo com o axé e, conseqüente, energização do corpo. Em interpretação diferente, parafraseio o mestre Pastinha para falar da compreensão cultural destes/as capoeiras: Eles não estão sentindo, absolutamente, NADA!

 

Por fim, falar de algumas capoeiras que, em crise de identidade, imitam uma capoeira de fora do seu lugar, sem saber que, em muitos casos, o que o de fora faz, se espelha, ou tenta se espelhar, na capoeira do seu lugar. Que brincadeira de picula, hein meus camaradas?! Não seria mais fácil olhar pra dentro? Olhar pra sua terra, olhar para o cotidiano de seus antigos, as referências do seu lugar? Sentir os porquês do balanço no caminhar daquela mestra antiga? As nuances do “jiká” nos ombros daquele mestre? Os porquês do contrapasso na ginga do mestre, que “dá um nó nas pernas” do companheiro de jogo... Enfim, Abrolhos!

 

O desafio é flertar com a modernidade, sem deixar a ancestralidade sair de nós. Fica a dica!

 

Axé!

 

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15 de jan. de 2022

Eu sou saroba!


Por Mestra Brisa e Mestre Jean Pangolin

A expressão "saroba", em capoeira, ganhou força por volta da década de 90, protagonizada por alguns integrantes da chamada "contemporânea", fazendo alusão a uma forma de expressão da capoeiragem “menos desenvolvida”, ineficiente e com traços exóticos, ou seja, algo bem inferior a "modernidade" exposta no discurso de alguns mega-grupos e seus dirigentes. Desta forma, trataremos a seguir sobre as nuances que implicam o referido rótulo preconceituoso e suas mensagens subliminares, não-ditas mas presentes.

Inicialmente se faz necessário identificar quem seriam os tais capoeiras sarobas, pois, salvo engano, a impressão que fica é que todos aqueles fora do perfil da capoeira "contemporânea", com sua estética linheira e “clean”, são sarobeiros. Vixe, agora lascou tudo! Porque segundo a filosofia dos próprios criadores deste falso conceito, os "contemporâneos" só existem pela significativa contribuição de todos aqueles que os antecederam, ou seja, a capoeira "contemporânea" é filha da capoeira "saroba" (Luta Regional Baiana, Angola, de rua, primitiva, ou como queiram denominar)... Ai ai ai ai ai! Temos então, no mínimo, um conflito de filha desrespeitosa com sua mãe... QUE MALCRIADA ESSA TAL MENINA CONTEMPORÂNEA, hein?!

Outro detalhe que possivelmente caracterizaria uma inversão de valores é que quanto mais parecido eu for com os antigos mestres, maior será a probabilidade de que eu seja adjetivado como um sarobeiro. Neste sentido, podemos perceber uma ruptura altamente perigosa com uma base estrutural da arte capoeira, a ancestralidade, pois, sem a referência dos que me antecederam não existirá sustentação para manutenção e desenvolvimento das culturas populares.

Há anos escutei do mestre Moraes algo que dizia que a capoeira é a “forma sem forma”, isso me deu pistas para buscar estruturar minha capoeira em outras bases, e banir de mim qualquer forma que desejasse engessar minha movimentação. A estética linear, linheira e “clean”, me lembra muito os processo de produção em série de um projeto histórico de sociedade que precisa de padrões e homogenia para garantir o lucro de poucos e a miséria da maioria. E nesta confusão, o capoeira se rendeu aos ditames da igualdade, por ignorar o conceito de equidade, impondo aos diferentes a mesma ginga, a mesma expressão corporal, o mesmo balanço..., fortalecendo a premissa da produção em série do “Capoeira Xerox”, negligenciando o princípio do corpo transgressor e subversivo que fundamenta a capoeiragem. 
"Ninguém joga do meu jeito ", dizia Mestre Pastinha em sua singular sabedoria, o que significa dizer, segundo mestre Moraes, que “na Capoeira o belo e o feio se confundem com o objetivo de criar arte sem fragmentá-la”.

A obra "O Pequeno Príncipe" diz que: "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós". Assim, eu sou a soma de todos aqueles que convivi e convivo, bem como todos os que conviveram com eles, pois, a partir deles chegaram até mim... Eu sou a sabedoria do mestre Decânio, ou do velho “Deca” como me permitia lhe chamar; a ginga de João, o grande mestre João Pequeno de Pastinha; o olhar do mestre João Grande; as conversas com o mestre Mário Bom Cabrito; os eventos no Km 17 com o mestre Paulo dos Anjos; as viagens com o mestre Eziquiel; o abraço bom em mestre Joel; o balanço de mestre Bobó do Dique; o jogo engenhoso em Itapoan, no Rio Vermelho e na Pituba com mestre Bozó Preto; o toque de berimbau de mestre Gigante; a bananeira, no ponto do ônibus, de mestre Di Mola; a diplomacia de mestre Demerval Formiga; o sorriso de meste Neco na ABCA; a vitalidade de mestre Boinha na FUMEB; eu sou estes e tantos outros que coabitam em mim e se manifestam no meneio de minha corporeidade em capoeira. 

Para finalizar, trazer o conceito de Sankofa, onde “Sanko” significa voltar e “fa” significa buscar/trazer. Originário de um provérbio tradicional entre os povos de língua Akan da África Ocidental, em Gana, Togo e Costa do Marfim, Sankofa ensinaria a possibilidade de voltar atrás, às nossas raízes, para poder realizar nosso potencial para avançar. Neste sentido, se sou "saroba", todos estes baluartes consagrados são sarobeiros como eu... Imagine então, a honra de ser saroba! Aos “desavisados” que usam inadvertida e preconceituosamente a palavra, fica a dica:
“Eu vim de lá, foi a Bahia quem mandou
Eu vim de lá, foi a Bahia quem mandou
Quem quiser saber meu nome, ai meu Deus
O meu nome é capoeira, ai meu Deus
Você está facilitando, 
Está pra receber...
Uma galinha pulando 
Você está pra receber...
Uma galinha pulando”

 Axé!

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Ouça Eu sou Saroba! de Mestra Brisa _ Carol Magalhães no #SoundCloud
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10 de jan. de 2022

Novembro no evento Retalhos da Roda com a mestra Lu Pimenta

Você "Tem farinha no Saco"?



Por Mestra Brisa e Mestre Jean Pangolin


A expressão "farinha no saco", corriqueiramente mencionada pelos antigos na Bahia, faz alusão a alguém que tem muito conhecimento sobre algo e que se garante, ou seja, quando o mestre diz: "fulano não tem farinha no saco", ele quer dizer que a pessoa não tem condições de ser/fazer alguma coisa em capoeira. Neste sentido, trataremos a seguir de alguns aspectos que qualificam os indivíduos em capoeira neste tempo histórico, considerando a transitoriedade das culturas populares, tendo como ponto de referência a capoeira na/da Bahia.

Existe um dito popular que diz: "Se conhece o homem, pelo arriar das malas". Assim, de forma análoga dizemos em capoeira que "conhecemos o bom tocador, pela forma que ele segura o berimbau", ou seja, guardada as proporções e o bom senso, uma tocadora experiente reconhece a outra, mesmo antes mesmo de ouvir o toque do instrumento. Assim é, em capoeira, quando vemos o jeito como a pessoa maneja o instrumento, já sabemos se ele tem ou não "farinha no saco", pois a boa capoeira faz com que seu berimbau seja uma espécie de extensão do seu próprio corpo, transformando o som emitido em catalisador do jogo/vadiagem, pela alquimia impactante do ijexá em nosso arquétipo inconsciente.

Um dia mesmo, estava numa roda em Salvador, no Terreiro de Jesus, e vi o mestre Carlinhos Canabrava, no auge dos seus 63 anos, entrar numa roda onde só tinha capoeira tirado a brabo. O mestre entrou com um, “botou no bolso”, entrou com outro, “fez o cabra suar”, entrou com a terceira, deu nó em suas pernas, tudo isso regado a ludicidade e muita, mas muita sagacidade no jogar. O mestre brincou de embaraçar gente, este sim “tem farinha no saco”. 

“Não vou longe, não”, da mesma forma me sinto quando o Mestre Moraes, fundador do GCAP, canta. É um misto de alegria por ouvir uma cantiga de excelência sendo entoada, e sentir a ancestralidade da capoeira se apresentando. Simplesmente, é! Não se questiona, se reverencia. Não se dispersa, se conecta, pra que daí possamos construir o elo ancestral, e que nos projeta ao mais alto grau de nossa arte. A mesma coisa posso falar de alguns(as) antigos(as) conhecedores de nossa arte, basta sua presença pra sabermos, que hoje, a capoeira se fará presente, majestosa e embaraçosa.

Quem tem "farinha no saco" quando joga é "problema puro", "barril dobrado", pois a expressão de seu balanço traduz a ancestralidade encarnada em seu corpo, transformando uma simples "ginga" em jiká, um meneio ancestral de ombros para ataque belicoso disfarçado. Pois é, quando temos a (in)felicidade de esbarrarmos com uma destas figuras emblemáticas, verdadeiramente, a capoeira irá nos perguntar: "quem é você ‘mô pai’?" (risos). E aí, ao “sobreviver” desse encontro, e aprender com a inusitada experiência, quem sabe um dia você poderá ser alçado à condição de ir naquele lugar, que "só vai quem tem negócio"?

Portanto, capoeira, calibre seu olhar, amplie seus sentidos, aguce sua curiosidade, sinta o “dendê”, encontrar-se com estes ancestrais vivo lhe fará sentir-se potente, e diante de um templo para a “pedagogia da oitiva”!

Axé!

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Ouça Voce tem farinha no saco?.mp3 de Mestra Brisa _ Carol Magalhães no #SoundCloud
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Live no Programa Toque do Berimbau com mestrando Pipoca